A pesquisa
Muitas pesquisas já forma
realizadas sobre as origens da dança do ventre. Alguns pesquisadores encontram
vestígios de danças sagradas e ligadas a ritos de fertilidade em civilizações
muito antigas, em diversas partes do mundo. A maioria delas ligadas à culturas
pagãs da antiguidade, como da Babilônia, Assíria, Egito faraônico, entre
outras.
Nossa pesquisa vai se basear em
documentos escritos, com descrições a respeito da dança por pessoas que
presenciaram pessoalmente estas apresentações e se preocuparam em relata – las
a outras pessoas. Muitos destes relatos começam a serem escritos em 1798, com a
ocupação francesa no Egito, por Napoleão Bonaparte. Junto com os soldados de
Napoleão, pesquisadores franceses entraram no Egito, interessados em aprender
sobre sua cultura e sua riqueza. Muito se surpreenderam com a riqueza cultural
e com sua dança tão exótica e livre.
No princípio era o Baladi
É preciso entender que a dança que
conhecemos como dança do ventre é uma dança cênica, artística, de palco, que
teve origem na tradição popular e na maneira popular de inserção profissional
desta dança na sociedade egípcia. Raks baladi é a dança popular como o samba é a
dança popular do Rio de Janeiro.
As “Awalin”, palavra que
significa “alma”, eram mulheres de haréns (no sentido da parte feminina da casa
árabe, não de concubina) especializadas em tocar, dançar, cantar e compor. Eram
as únicas mulheres a quem era dado o direito de aprender a ler e escrever.
Estas mulheres eram de alta
classe social e eram responsáveis pela organização das festividades femininas
do casamento e eram freqüentemente contratadas para isso.
Existiam ainda “Awalin” de famílias menos abastadas. Contratadas para festividades mais humildes.

As mulheres “ghawazy” são a
imagem da origem da dança do ventre, tendo sido retratadas em muitos quadros,
por diversos artistas no século XIX.
Por sua origem nômade e humilde,
algumas destas mulheres acumulavam funções de prostitutas, e se aproximavam dos
acampamentos franceses no início do século XIX, para cativar fregueses. Por
isso Napoleão mandou matar mais de 400 “Ghawazy” e joga – las no Nilo.
Princess Rajaa - Apresentação em 1904
2 - A Era de ouro da dança egípcia: Cassinos e Cinema
No final do
século XIX e princípio do XX, temos no Egito uma grande revolução social,
acompanhando a revolução industrial que movimentava todo o mundo ocidental.
Neste período, o Egito foi social e economicamente dirigido pela Inglaterra,
que levou para o Cairo muitos estrangeiros, investidores, arqueólogos e
pesquisadores, além de inovações tecnológicas como a fotografia e o cinema.
Neste período, a cena cultural do
Cairo muito se desenvolveu a exemplo de como era a própria cena cultural do Rio
de Janeiro: Muitos cassinos e casas de espetáculos atraíam não só os estrangeiros,
como os próprios egípcios negociantes e residentes na capital.
Tahya Karioka - cabaret
Neste contexto, surge a primeira
das grandes estrelas do cinema egípcio: Badia Massabni, libanesa, cedo deixa o
cinema para abrir o famoso Cassino Badia e também o Cassino Ópera do Cairo.
Este foi a mais importante casa
dedicada a espetáculos no Cairo. Por ela passaram grandes estrelas do cinema
como, Naima Akef, Tahya Karioca, Samya Gamal, e grandes músicos como Farid Al
Atrche, Mohamed Abdel Wahad e Abdul Halim Hafez.
O Cassino foi palco também de
diversas companhias ocidentais de dança, que influenciaram também o modo de
dançar das egípcias.
Naima Akef - Dança Popular
O cinema egípcio teve grande
importância na divulgação da dança do ventre pelo mundo árabe e foi grandemente
divulgada para o ocidente por Hollywood.
Muitas cenas de cinema retratavam
o ambiente cultural do Cairo, com suas casas de show e festividades em praça
pública. Muitas ainda mostravam cenas de dança em casamentos e também a dança
em cenas de casais.
Samia Gamal - Grande espetáculo - Cassino
Tecnicamente, vale dizer que a
dança sofreu grande transformação neste período. Deixando as casas e as ruas e
se elevando ao palco, esta dança precisou também refinar – se e adquirir
postura cênica. Novos movimentos foram incluídos na movimentação cênica,
inspirados nos movimentos de ballet: o arabesque, a movimentação de braços e
giros, que antes não eram executados, tendo no balady popular, a movimentação
muito concentrada no quadril.
Samia Gamal - Cinema Estilo hollyoowdiano
Desde então, a dança segue seu
caminho de evolução, rumo ao refinamento técnico e grandiosidade de espetáculo
que podemos apreciar hoje em dia.
Vele a pena estudar e entender a trajetória desta arte
no Egito e no mundo ocidental. 3 - Mahmoud Reda / Farida Fahmy
Mahmoud Reda é um grande marco da história da dança cênica egípcia. Este grande coreógrafo foi ator e dançarino com grandes participações no cinema e na TV com sua "Reda Trupe" e a primeira bailarina Farida Mahmy.
Reda e Farida
Vale dizer que Reda nunca abriu mão de seu próprio estilo, mesmo nas composições folclóricas. Suas coreografias estão recheadas de arabesques, giros, saltos e movimentações refinadas de braços e pernas, que mistura à movimentação típica de cada dança representada.
A partir da década de 70, a Dança Egípcia ganha estrelas cada vez mais importantes. Todas grandes dançarinas e estrelas do cinema.
Nagwa Fuad foi um marco como bailarina e produtora, pois inseriu a Dança nos hotéis 5 estrelas e inovou em termos de figurino, cenário e orquestram transformando o show de dança em espetáculo grandioso.
Nagwa e sua grande banda
Nagwa Fuad e Fifi Abdo no mesmo filme!
(Nagwa é a convidada ruiva e a Fifi a dançarina quase pelada!)
Fifi Abdo é a dona dos quadris mais poderosos da história da dança do ventre!!! Musa inspiradora, a verdadeira Ma'alimah encarnada, a rainha do baladi! Baladi = Fifi. Esta, decididamente não dançava dança oriental clássica. Estilo de dança altamente popular, até mesmo quando decide dançar um rotina oriental, seu estilo baladi é marcante.
Fifi dança rotina oriental
Fifi - Performance balady
Suheir Zaki, foi a mais doce das grandes estrlas das décadas de 70 e 80. Foi ela quem inseriu a interpretação dos grandes clássicos de Om Kalsoum (Tarab) nos espetáculos de dança. Idolatrada até hoje, Suheir Zaki teve uma técnica muito tanto própria e marcante como suave e encantadora.
Suheir Zaki dança Leylet Hob
Dina é com certeza o marco maior da dança do ventre egípcia atual - sinônimo de popularidade, riqueza e inovação. Seu estilo de dança é tão marcante quanto os figurinos que escolhe para usar. Ela mesmo pensa os figurinos, assim como coreografa suas músicas com rigor. Tudo nela é marketing e personalidade. Imitada pelas bailarinas do mundo inteiro, sua técnica é única e sua expressão muito apurada.
5 - Grande referência da atualidade, no Egito, Randa Kamel :
Com o crescente radicalismo do Islã dentro do Egito, cada vez menos egípcias dançam, abrindo mercado para as estrangeiras que buscam na terra da dança do ventre, seu caminho profissional. Algumas se tornam famosas e reconhecidas pelo próprio povo egípcio, como a caso de Soraia - Brasileira e Asmahan - Argentina. Muitas outras já trilharam este mesmo caminho como Sahra Saeda - inglesa e Nur - russa.
6 - Os grandes festivais

